18 de junho de 2009

O inalcansável Paulo Henrique Amorim

Por Carls 1969

Porque nutro profunda admiração por esse jornalista que nunca se vendeu à grande mídia conspiradora nacional, o PiG (Partido da imprensa Golpista).

Paulo Henrique Amorim é um monstro sacro que conhece o Brasil como poucas pessoas que vivem lá.
O texto abaixo é de uma clareza assustadora, comovente, quase inédito, não fosse escrito por uma pessoa do seu cunho. E, nas palavras do Paulo, a explicação do porque o Brasil é ainda o país mais racista e classista do Mundo. Confiram esse grande texto do Mestre.

Estadão quer que o Brasil seja do tamanho dele: pequeno, irrelevante:















«A bola de cristal (grande vantagem …) do Conversa Afiada previu que o PiG (*) menosprezaria a reunião dos BRICs na Rússia.
. Clique aqui para ler .

A obra prima desse sentimento provinciano de subalternidade intelectual é
o editorial do Estadão de hoje (pág. A3):
.
“A primeira reunião dois Brics – Faltou assunto para dar substância à primeira conferência de cúpula dos Brics, por enquanto uma sigla, não um grupo e muito menos um bloco. É, no mínimo, um exagero já chamar, neste momento, de histórica a reunião dos chefes de Governo dos quatro maiores países emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China …”

. O Conversa Afiada admite que a reunião de Ecaterimburgo não se compare a esse, sim, histórico conclave de Cotia, em que o Farol de Alexandria [FHC] pronunciou memorável análise sobre “O Papel de Estado”.

. Clique aqui para ler sobre a referência que o Conversa Afiada já fez a esse conclave de relevância incomparável, o de Cotia .

O Conversa Afiada acaba de pedir ao Instituto FHC – que recebe dinheiro da Sabesp, aquela que vende esgoto de São Paulo no Acre – uma cópia desse imperdível pronunciamento, para reproduzi-lo.


. O Estadão certamente esperava que os BRICs anunciassem a venda maciça de dólares para comprar debêntures não-conversíveis do Estadão.

. Ainda não é a hora. . É preciso esperar uma recuperação financeira consistente do Estadão …

. O PiG(*) e a elite branca que representa (no caso de São Paulo, a elite branca é separatista) tem pelo Brasil e os brasileiros o mesmo sentimento do Farol de Alexandria [FHC], segundo Ciro Gomes (**): um profundo menosprezo.

. Para esse pessoal do “lado de lá”, como diz o sábio Fernando Lyra – clique para ler – o Brasil só presta quando os governantes são do “lado de lá” e se submetem aos desígnios da Metrópole.

. A Colônia [os brasileiros] não pode ter voz própria – a Colônia tem que conhecer o seu lugar.

. Menos os da Casa Grande, os brancos, ricos, de olhos azuis, porque esses, na verdade, vivem na Metrópole.

. Como diz meu amigo professor Luiz Felipe Alencastro, esse era a reação que Pedro II provocava, quando ia à Europa: o país não presta mas o Imperador é ótimo.

. Foi o que fez o Farol de Alexandria [FHC] ao longo de oito anos cinzentos, em que não se produziu uma idéia nova: o país não presta, mas o presidente é ótimo.

. Isso, na verdade, é o que a elite provinciana achava que a Metrópole achava.

. Porque a elite provinciana, essa elite de Free-Shop, elite Daslu, essa elite que não pode assistir a uma peça na Broadway, porque não vai entender, essa elite acha que sabe o que pensa a Metrópole.

. A tragédia é que as tropas garibaldinas sobem a Sicília e o Reino das Duas Sicílias foi para o saco…

. Os nossos Bourbons da Avenida Paulista sofrem com o sucesso da diplomacia brasileira.

. O Ministro Celso Amorim – que não é meu parente – deu à diplomacia brasileira a dimensão verdadeira do Brasil.

. A de um país grande.

. Muito maior do que o Estadão e o Farol [FHC] pensam que é.»

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores (Folha e Estado de S. Paulo), de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão (Globo) têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

(**) Ciro – que admite ser candidato a Governador de São Paulo – disse numa sabatina na Flolha (***) que José Serra não tem escrúpulos. Se for preciso, passa por cima da mãe com um trator.

(***) Folha é aquele jornal da “ditabranda, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.