16 de agosto de 2010

15 de agosto de 2010

Os "fatos novos"


De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populis

Começa, nesta terça feira, a etapa final das eleições, com a propaganda eleitoral chegando à televisão e ao rádio. Serão 45 dias decisivos até 3 de outubro, quando, pelo que parece, quase todas terminarão.

Nas legislativas, por que é em um só turno que elas se resolvem. Para o Executivo, por que o sistema político ofereceu aos eleitores, no plano federal e na maior parte dos estados, um cardápio limitado. Como, raramente, são mais que dois candidatos competitivos, muitas não irão para o segundo turno.

Não que isso vá fazer diferença no futuro. No longo prazo, tanto faz ganhar no primeiro ou no segundo. Os mandatos não são mais legítimos ou mais sólidos se a eleição foi de uma só vez ou se houve outra “vuelta”, como se diz em espanhol. Já tivemos presidentes e governadores eleitos das duas maneiras, sem que isso fosse relevante. Fernando Henrique, por exemplo, ganhou em 1998 no primeiro turno e viveu quatro anos complicados, nos quais sua avaliação caiu sem parar. Lula, que teve que disputar o segundo turno em 2006, governou sem problemas e sua popularidade sempre subiu.

Nas pesquisas, os candidatos que estão atualmente na frente também lideram nos cenários de segundo turno, seja no plano federal, seja nos estados. É isso mesmo que costuma acontecer na urna: quem vence o primeiro, tende a vencer o segundo, salvo nas exceções de praxe. Já as tivemos em várias eleições estaduais, quase sempre explicadas pela rejeição ao candidato que ganhou o primeiro.

Nas eleições presidenciais, no entanto, até agora não houve um candidato que fosse o mais votado no primeiro turno e perdesse no segundo. Tirando as duas vitórias de FHC, isso não aconteceu com Collor ou Lula. Ninguém venceu de virada. Também não tivemos, desde a redemocratização, a derrota de um candidato que chegasse à reta final na liderança das pesquisas. Nas cinco eleições presidenciais que fizemos, sempre terminou vencendo quem estava em primeiro lugar. Houve trocas entre o segundo e o terceiro (Lula e Brizola, em 1989, Serra e Ciro, em 2002) ou entre o terceiro e o quarto (Enéas com Quércia, em 1994), mas nunca uma reviravolta que desse a vitória a quem estava em segundo lugar.

A explicação mais provável desse padrão de resultados finais pouco surpreendentes é a tendência da maioria dos eleitores de definir cedo seu voto para presidente. Na verdade, o mais cedo que a pessoa consegue. Depois que conhece os candidatos e escolhe, sua decisão só muda se algo de extraordinário ocorrer.

O caso mais emblemático de mudança de “última hora” em uma eleição presidencial aconteceu em 1994. Até o final de junho, Lula liderava em todos os cenários, com 30 pontos de vantagem sobre Fernando Henrique. Aí, um míssil chamado Plano Real caiu do céu e estilhaçou a candidatura petista. Em pouco mais que dois meses, o quadro se inverteu e o tucano chegou à vitória (no primeiro turno).

Mas essa história mostra quão forte tem que ser uma alteração de cenário para tirar do trilho uma eleição presidencial. Nenhuma das outras foi assim. O desfecho de todas se tornou previsível bem antes. As urnas sempre confirmaram o favoritismo de quem estava na frente nas pesquisas.

Ou seja, não existem “fatos novos” que mudem uma eleição presidencial na undécima hora. Pelo menos, não existiram, até agora, em nossa trajetória.

Dois tipos de pessoas ficam inconformados com essa previsibilidade. De um lado, quem não gosta do candidato que lidera e quer que ele (ou ela) perca. Imaginando que, na ausência de “fatos novos”, seu preferido será derrotado, fica à procura deles, torcendo para que apareçam. Reza para que os debates, as entrevistas na televisão, um escorregão, uma declaração polêmica, sacudam tudo e mudem as tendências que estão em curso.

De outro, os jornalistas. Existe coisa mais aborrecida que repetir a mesma manchete todo dia, dizendo que tudo está igual? Que a eleição continua tão previsível hoje quanto há meses? A imprensa precisa de notícias, de preferência surpreendentes. Sem “fatos novos”, fazer o jornal é mais difícil. Por isso, os jornalistas os amam.

E os jornalistas que não querem a vitória de quem está na frente? E as empresas de comunicação que têm simpatias por quem está em segundo ou terceiro? Aí, se os fatos novos teimam em não surgir, a tentação de criá-los é grande.

Inutilmente, pelo que conhecemos de nossas eleições presidenciais anteriores. Quando a maioria do eleitorado cisma que vai votar em alguém, não há “fato novo” que a mova. É como fogo de morro acima. Ou água de morro abaixo.

O desespero (pornográfico e machista) do PiG


Extraído do Blog do Luiz Carlos Azenha

Este quadro (abaixo), publicado na edição da revista Época que está nas bancas, deveria ser pendurado nas paredes das redações das Organizações Globo como exemplo do jornalismo pornográfico praticado por Ali Kamel.

Não há símbolo melhor e talvez nunca haverá.

O DNA é o mesmo que encontramos nas três perguntas feitas por William Bonner aos candidatos Dilma, Marina e Serra no Jornal Nacional, todas elas sobre o mensalão do PT (de 2005), sem nunca mencionar o mensalão do DEM de 2010 ou José Roberto Arruda, aquele que seria o vice de Serra.

Tá tudo resumido aí.

*****

Comentário deixado por uma leitora no site da revista e reproduzido no blog Leão do Norte:

Lucia Cava RJ / Rio de Janeiro 14/08/2010 16:36
Guerrilheira Dilma
Seria muito interessante que publicassem as fichas dos também guerrilheiros ou terroristas Fernando Gabeira (PV), José Aníbal (PSDB), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e outros apoiadores do Serra.
O Gabeira sequestrou o embaixador americano, razão pela qual está proibido de entrar nos EEUU;
o deputado federal tucano José Anibal era colega da Dilma na mesma organização;
o candidato tucano ao Senado por SP Aloysio Nunes Ferreira que foi chefe da casa civil de FHC e de Serra assaltou bancos e trens.
Se a Anistia vale para tucanos e seus apoiadores, porque não vale para a Dilma?
Será só porque ela é petista ou será preconceito machista contra a primeira mulher a ser Presidente do Brasil?
Ou será inveja de muitos incapazes?
Ou será simplesmente porque a Imprensa é quase toda vendida?
Meus comentários não violam direitos constitucionais por isto espero que publiquem.