16 de janeiro de 2010

Jornalismo do PiG: Lucia Hippolito

Da Blogosfera,

Depois de Boris Casoy, agora é a vez de Lúcia Hippolito, "menina do Jô", a cair nas garras da Internet com uma performance pra-lá-de-Bagdá.

Conhecida por atacar sempre o presidente Lula porque ele bebe uma caninha, Lucia deu um verdadeiro show de sobriedade numa entrevista a CBN, atacando novamente Lula pelo Programa Nacional de Direitos Humanos.

Estava com seu telefone "piscando"...

Acompanhamos:




Em nota do seu blog em O Globo online, Hippolito comentou o seguinte:

"Obrigada pelo carinho

Quero agradecer a todos e todas que me escreveram, telefonaram, enviaram emails ou deixaram comentários aqui neste blog, preocupados e preocupadas comigo.

Devo a vocês uma explicação, muito mais prosaica do que as interpretações mirabolantes que possam circular por aí.

Desde o dia 10 de janeiro, domingo, estou padecendo de uma pedestre gastroenterite. Melhoro um dia, pioro no outro, e ninguém encontra uma causa plausível.

No dia 13, quarta-feira, errei ao entrar no ar. Estava com muitas cólicas e, na hora de falar, tive uma cólica lancinante. Não conseguia controlar a dor.

Não tenho ideia nem do que falei, mas preferimos cortar a ligação na hora em que larguei o telefone e corri para vocês-sabem-onde.

Tive febre o dia inteiro na quinta. Tomo remédios, faço todo tipo de exame para saber se é um rotavirus, uma simples virose, uma empadinha estragada ou o quê.

É simples assim. Muito menos glamouroso, mas foi o que aconteceu.

Obrigada de coração pelo carinho de vocês. Vocês são dez!

O resto é a patrulha da lama em ação.

Atualização das 17:01h: Acabo de ouvir a gravação que alguém me enviou. Cruzes! O povo tem razão. Estou parecendo uma completa insana."

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Nota de Luiz Carlos Azenha, blog Viomundo:

Desejamos a pronta recuperação da comentarista.

Aceita a explicação dela, é preciso considerar:

1. Que o comentário dela não faz sentido;

2. Que a única coisa que a gente consegue entender do comentário dela é que o Lula fez alguma coisa de errado e que a culpa é dele;

3. Donde concluímos que, por causa de uma gastroenterite, ela falou mal do presidente da República.

Diria o PHA que é a virose do PIG.

14 de janeiro de 2010

Questionário para José Serra

Por Emir Sader, Agência Carta Maior

1. Qual sua plataforma para se candidatar à presidência no Brasil? Fala-se muito da sua segunda candidatura, mas nada sobre o que pretenderia fazer, caso chegasse a ganhar.

2. Quem, da equipe econômica de FHC, voltaria ao governo?

3. Sua campanha reivindicará o governo FHC, de que você participou desde o começo até o final, inclusive da equipe econômica? Se não vai reivindicar, quais os erros que esse governo – da mesma aliança que lhe apóia – cometeu?

4. Depois de ter abandonado a presidência da UNE e a prefeitura de São Paulo, vai abandonar de novo um cargo público para o qual se candidatou?

5. Você chegou a cogitar Arruda para seu vice. Não tinha nenhuma idéia dos escândalos? Não considera um erro grave de avaliação?

6. O governo FHC, com sua participação, elevou a taxa de juros ao recorde de 48% no começo de 1999, medida que não foi questionada por você, que agora questiona taxas de juros quase dez vezes menores do que aquela. Estava a favor daquela medida ou , senão estava, por que se calou?

7. Os tucanos paulistas privatizaram o Banespa, venderam para o banco espanhol Santander. Você ia fazer a mesma coisa com a Nossa Caixa, aí chegou o Banco do Brasil e evitou essa privatização. Casso fosse eleito presidente, o que pretende fazer com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e outras empresas estatais que FHC não conseguiu privatizar no seu governo? E com a Petrobrás?

8. Você critica vários aspectos da política internacional do governo Lula? Quem seria teu Ministro de Relações Exteriores? Celso Lafer? Luis Felipe Lampreia? Retomará a proposta de Tratados de Livre Comércio com os EUA, no lugar da integração regional?

9. Quem seriam teus aliados regionais, no lugar dos aliados atuais do Brasil: a Colômbia de Uribe, o México de Calderón, o Chile – eventualmente – de Piñera?

10. Que privilégios voltará a ter a FSP (Força Serra Presidente), com quem você tem relações carnais?

11. O que aconteceria com o PAC, se fosse eleito presidente?

Postado por Emir Sader às 05:52 (14 de janeiro de 2010)

O papel político da Blogosfera

Protagonismo dos blogs muda contexto da campanha eleitoral na mídia

Por Carlos Castilho, do Observatório da Imprensa

A polêmica sobre o 3º Programa de Defesa dos Direitos Humanos mostra que um novo processo político está ganhando corpo na sociedade brasileira diante das debilidades, indefinições e descrédito que afetam algumas instituições do Estado brasileiro.

O debate está passando ao largo de instituições como o Congresso nacional cujo descrédito abriu espaço político para a participação de novos atores como os weblogs, twitters e fóruns de discussão pela internet.

A discussão virtual está ganhando mais relevância diante do aumento do número de leitores de jornais que passam a ver a imprensa não como um facilitador ou mediador do debate, mas como parte interessada.

A opinião pública demonstra nítidos sinais de orfandade em matéria de espaços políticos convencionais, porque os partidos políticos foram transformados em agências de empregos públicos distribuídos por critérios eleitorais.

O debate sobre o Programa de Defesa dos Direitos Humanos é apenas a ponta de um iceberg que começa a ganhar corpo e cuja face visível é uma radicalização crescente dos segmentos mais conservadores, ao constatar que as instituições formais já não funcionam mais como escudo protetor de suas propostas.

O mundo da blogosfera mostra outra face. Nela os desiludidos da mídia convencional criam o seu próprio canal de publicação de idéias numa inédita convivência, nem sempre pacífica, com os blogs conservadores.

A polêmica, que pode ser acompanhada por meio de simples buscas sobre os principais temas em debate no Google ou no Twitter, mostra o surgimento da internet como um novo ambiente político onde os participantes são ao mesmo tempo atores e público. É esta dupla funcionalidade que gera tanta participação, como pode ser visto até aqui no Observatório, nos comentários postados por leitores.

O debate sobre o ato falho de Boris Casoy, por exemplo, foi muito mais intenso na blogosfera do que na mídia convencional. É claro que a imprensa se deixou levar pelo corporativismo para minimizar o episódio, mas por outro lado, o patrulhamento blogueiro foi implacável com o infeliz comentário do apresentador do telejornal da Band.

Esta tendência à polarização deve ganhar novo combustível na medida em que a campanha eleitoral ganhar mais intensidade. Tudo indica que teremos dois espaços para o debate político:

1) O convencional, onde os segmentos mais conservadores devem predominar, porque é o que lhes resulta mais familiar e influenciável;

2) A Web é o outro espaço para interatividade política, onde é nítida uma maior movimentação dos setores mais liberais, e principalmente dos mais jovens.


Esta segmentação de espaços políticos é inédita em nossa história eleitoral já que pela primeira vez setores que nunca tiveram acesso direto à mídia tem agora a sua disposição uma plataforma barata para publicar idéias e propostas.

É possível prever que a grande batalha por corações e mentes nas próximas eleições presidenciais será travada na internet porque também os políticos convencionais pretendem usá-la em beneficio próprio.

Mas ela terá características bem diferentes das ocorridas na mídia tradicional em pleitos anteriores. O grande diferencial é a impossibilidade de monitorá-la, dado o seu caráter descentralizado e horizontal. Assim fica difícil dizer que tal candidato ou tal partido tem maioria das preferências na Web porque será impossível medir tendências como acontece com as pesquisas de opinião, tipo IBOPE ou DataFolha [comissionadas pela própria mídia corporativista].

A fragmentação e dispersão dos atores políticos na Web, em especial na blogosfera, é uma porta aberta à radicalização, o que é um fator preocupante embora quase inevitável. Faz parte da alfabetização política na Web, assim como aconteceu no passado com os comentários agressivos e xenófobos em weblogs.

O importante é verificar que as regras do jogo político na Web não são as mesmas que vigoram no debate via jornais, rádios e televisão. Nestes, o público é um espectador, enquanto na Web, mesmo sendo ela privilégio de uma minoria de brasileiros, o cidadão comum é um protagonista, em termos de mídia. Isto faz muita diferença.

13 de janeiro de 2010

Marcha da Família, Brasil e América Latina

Por Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador.

É só isso que está faltando nesse início de 2010.

Ontem, fui a um encontro de pequenos empresários da comunicação e blogueiros, interessados em se organizar. Um dos presentes foi quem levantou essa bola. "A direita armou a mesma frente de 64:, militares, latifundiários, católicos conservadores e donos da midia; só falta a Marcha da Família".


A discussão, que era pra ser sobre comunicação, enveredou pela politica. Lembrei aos amigos que na América Latina há - claramente - uma reorganização das forças da direita. Curioso que a direita retome a ofensiva justamente quando Obama chega ao poder. Parece que Obama (para ter energia nos combates internos que trava com os republicanos) abriu mão de interferir no aparelho conservador que segue dominando as ações dos EUA no exterior.

Esse aparelho dá apoio à ofensiva da direita no continente. Garcia, no Peru, investe contra a Bolívia. Uribe abre as portas para novas bases dos EUA na Colômbia. Hillary Clinton e sua tropa (!) dão apoio aos golpistas de Honduras. Lugo é emparedado pela direita no Paraguai. Cristina Kirchner vê a direita partir pra cima do governo na Argentina.

No Chile, joga-se o próxmo round dessa disputa. No domingo, um candidato da direita (e lá é direita mesmo, pinochetista, ele não finge que é de "centro") segue à frente nas pesquisas, e pode levar de volta ao La Moneda a coligação que deu sustentação ao general ditador.

Análisávamos o quadro quando alguém lembrou o óbvio. "O Brasil está no centro de tudo; se cair o Brasil, cai o resto".

Esse é o jogo.

Vejam: não estou a dizer que Serra seja da extrema-direita. Isso não é verdade. Goste-se ou não de seus métodos, ele é hoje um homem de centro. Não pode ser comparado a Bornhausen, ACM e outros. Mas o fato é que a política jogou Serra para uma coligação direitista; e ele aceitou o jogo.

Os grandes capitalistas não achariam ruim uma vitória de Dilma. Ganham dinheiro com o governo Lula. Sabem que é preciso distribuir renda, e reduzir as iniquidades. Assim eles faturam mais. Lula fez (e faz) um governo social-democrata, moderado.

Mas a direita orgânica, preconceituosa, que acha "nordestino vagabundo" e não quer "quota para preto safado" (são expressões que eu ouço aqui em São Paulo), essa direita está salivando. É a turma que baba na gravata, de raiva, ao pensar em Dilma (a "terrorista") no poder.

Rio de Janeiro: Marcha da Família com Deus pela Liberdade em comemoração pela vitória do Golpe, no dia 02 de abril de 1964

São vários os setores que se alvoroçam no Brasil nesse início de 2010: a classe média raivosa, os partidos de oposição (por terem perdido o aparato do Estado - imaginem mais 4 ou até mais 12 anos de petistas no poder; seria o fim para o demo-tucanato), os donos da grande mídia (por terem perdido verba publicitária para veículos do interior, inteligente estratégia do governo Lula para quebrar a espinha dorsal do PIG).

Eles vão se agarrar no que puderem, pra atacar Dilma. É do jogo.

A reportagem que a "Band" levou ao ar, sobre o Plano de Direitos Humanos, é quase uma piada. Mas devemos levar a sério. É um sinal de que o desespero chegou. A coalizão de 64 já não tem força para marchar nas ruas, imagino. Mas eles ainda têm a mídia para aterrorizar os cidadãos. O Azenha reproduziu o texto dessa "reportagem" da Band aqui.

Na reunião de ontem, um veterano militante lembrou que nos anos 60/70 costumava-se subestimar a direita. "Quando, numa peça de teatro por exemplo, íamos caracterizar um sujeito como conservador, ele era caracterizado normalmente como obtuso, sem brilho; e não é assim que as coisas funcionam".

De fato. Não vamos subestimar a direita. Ela fará tudo, muito mais do que em 2002 ou 2006, para impedir outra vitória da centro-esquerda. Até porque agora há o aval de um movimento em toda a América Latina, para barrar qualquer traço de reforma social.

O embate será pesado. A batalha do Brasil é a mais importante na grande disputa pela América Latina.

A Marcha da Família pode não ir pra rua em 2010. Mas aquele espírito de caça às bruxas estará na campanha. Serra não precisará fazer esse jogo sujo. Haverá muitos Boris [Casoys] dispostos a fazer o jogo pra ele.

5 de janeiro de 2010

Estradas paulistas: pedágios de 1º mundo?



Governo tucano lança em São Paulo massiça propaganda europeizada sobre as estradas paulistas (privatizadas) e esquece de dizer o quanto são caras em PEDÁGIOS e que grande parte do financiamento para fazê-las vem do Governo Federal. E o paulista comum? Ainda engole isso?



SÃO PAULO É TÃO BOM QUE NEM PARECE O BRASIL

Por Luiz Carlos Azenha

Na enxurrada de comerciais de campanha que aparecem na televisão, todos ainda de propaganda indireta -- sejam os favoráveis à ministra Dilma, sejam os favoráveis ao governador Serra --, um me chamou especialmente a atenção. (parte do video acima)

É de uma senhora que, dentro de um automóvel, confunde a Itália com Itatiba, no interior de São Paulo. Pelo que mostra o anúncio, a família viaja pela rodovia Dom Pedro I em direção a Itatiba.

Vamos atribuir à licença criativa dos publicitários a ideia esdrúxula de que uma mulher não saiba distinguir entre o Brasil e a Itália. Bebeu? Ou mulher é assim mesmo, nem sabe onde anda? Ou mulher idosa é assim mesmo, vive em outro planeta? Temos embutidos aí dois preconceitos -- contra as mulheres e os idosos -- ou vai ver que as estradas do governo paulista são encantadas e provocam distúrbios mentais.

Nem é preciso dizer que a viagem completa pela rodovia, de Jacareí a Campinas, 145 quilômetros, custa ao usuário 16 reais em pedágios (que, obviamente, não aparecem no comercial). Isso dá 11 centavos de real por quilômetro rodado, uma tarifa de primeiro mundo.


Na A1, que liga Milão a Nápoles, o pedágio custa o equivalente a mais ou menos 14 centavos de real por quilômetro rodado.

Vamos deixar de lado alguns "detalhes": hoje, 76% das pistas mantidas pela concessionária da A1 são cobertas pelo asfalto poroso, que facilita o escoamento da água de chuva, reduz a formação de lâmina d'água, reduz o spray que os carros e caminhões atiram no párabrisa alheio e aumenta a aderência dos pneus ao pavimento. Isso reduz o número de acidentes. Bobagem exigir isso das concessionárias no Brasil, especialmente em um país onde não chove, né mesmo?

Meu ponto é que pagamos preço de primeiro mundo por estradas que não são exatamente de primeiro mundo, especialmente se você considerar as estradas mais antigas, como a rodovia Marechal Rondon, por exemplo. Como mostrei recentemente, uma viagem São Paulo-Bauru-São Paulo, que usa parcialmente a Rondon, custa 13 centavos de real por quilômetro rodado.

Mas não era exatamente aí que eu queria chegar. O que me chamou a atenção no comercial de Itatiba é a ideia que fica subentendida: São Paulo é tão bom que nem parece o Brasil. O comercial tira proveito da famosa síndrome de vira-latas. Vamos melhorar deixando de ser brasileiros. Vamos melhorar nos tornando europeus. Podemos dizer, aliás, que somos melhores que os italianos: ganhamos salário de brasileiro e pagamos pedágio de europeu.

Também: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=24938

1 de janeiro de 2010

31 dezembro 2009, Boris Casoy humilha lixeiros

Boris Casoy e outros "jornalistas" HUMILHAM dupla de garis (TRABALHADORES BRASILEIROS) que lhes deseja feliz 2010. Não perceberam que o áudio ainda estava no ar. Claro exemplo de preconceito e arrogância.



- Que merda... Dois lixeiros desejando felicidades... Do alto de suas vassouras...Dois lixeiros...O mais baixo da escala do trabalho...

Foi postado hoje um vídeo no YouTube com cenas que seriam do Jornal da Band, em que dois garis desejavam feliz 2010 aos telespectadores.

Porém, no final é possível ouvir comentários do âncora do programa, Boris Casoy, que não percebeu que o áudio vazou. O site também atribui comentários a Joelmir Beting.
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Veja também: "Boris Casoy encara o preconceito de classe". (Blog do Júnior Miranda)

E "Boris Casoy, o filho do Brasil". (Por Paulo Ghiraldelli)