Quando São Paulo acordar, perdeu o trem
Por Paulo Henrique Amorim
Anotações de uma viagem a Petrolina, em Pernambuco.
Neste último fim de semana, foram vendidos – no fim de semana – 450 apartamentos de R$ 70 mil, em 15 prédios diferentes, para compradores com renda entre 3 e 6 salários mínimos.
Amanhã, ainda em Petrolina, haverá um outro lançamento, com 500 unidades.
Os dois, dentro do programa Mina Casa, Minha Vida, da Caixa.
Segundo Alex Jenner Norat, superintendente regional da Caixa em Pernambuco, o programa Minha Casa, Minha Vida aplicará R$ 34 bilhões para resolver apenas 14% do déficit habitacional do país.
Ou seja, ainda há muita casa popular a ser construída.
(Só para fazer uma comparação: a única obra parecida do governo do Farol de Alexandria, um Programa Habitacional de Interesse Social, tinha R$ 300 milhões para aplicar. Uma pequena diferença.)
Em 2006, havia 1.600 alunos matriculados em escolas técnicas do Estado de Pernambuco.
Este ano, serão 16.000 novas matrículas.
A construção civil cresce 20% ao ano em Pernambuco.
O comércio, 10%.
A indústria, 6%.
Uma simples mudança no ICMS permitiu que, este ano, sejam gerados 18.000 empregos na indústria do call center.
No Complexo Portuário de Suape foram gerados 15 mil empregos.
O estaleiro Atlântico Sul abriu 9 mil vagas.
Há 96 empresas em operação em Suape.
Em Suape será criado um polo petroquímico, com especialização em fibras têxteis.
Em Suape, haverá um pólo para prover equipamentos e serviços para a indústria do gás e petróleo off-shore.
10 mil pernambucanos trabalham na transposição do rio São Francisco.
A próxima etapa da construção da refinaria Abreu e Lima, uma sociedade da Petrobrás com Hugo Chávez, vai precisar de 12 mil empregos adicionais.
A ferrovia Transnordestina terá a extensão de 1.730 quilômetros e ligará os Estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí.
Vai exigir investimentos de R$ 5,4 bilhões.
A ferrovia fará a ligação dos centros de produção de grãos (Piauí), gesso (Pernambuco), avicultura e agricultura irrigada do semi-árido nordestino, aos portos de Suape em Pernambuco, e Pecém no Ceará.
Deverá criar 7 mil empregos diretos.
A fruticultura irrigada de Petrolina – da uva sem caroço e da manga sem fibra – produz mais de um milhão de toneladas por ano.
Em Pernambuco é onde, hoje, no Brasil, o crédito cresce mais rápido.
Em um ano, a carteira, segundo o Banco Central, cresceu em Pernambuco 65%.
Em segundo lugar, no Rio, com um aumento de 38%.
São Paulo ficou abaixo da média: 14%.
Aí, você chega de volta a São Paulo.
Um engarrafamento na Marginal às 5H30 da manhã.
Abre o jornal Agora (o único que presta em São Paulo), pág A-4, e lê: “Protesto no Jardim Romano – aquele bairro da Zona Leste que há 40 dias está alagado com esgoto – impede obra em rua – moradores dizem temer que casas sejam ainda mais afetadas com suposto rebaixamento de via.”
Lê na Folha (*), pág. A8, que o Zé Alagão (José Serra, governador de SP) vai redesenhar sua campanha publicitária.
Em lugar de “São Paulo trabalhando por você”, o novo slogan será “Um Estado cada vez melhor”.
Ele pensa que engana.
Paulo Henrique Amorim
Em tempo: O Conversa Afiada reproduz o comentário do amigo navegante Tenório.
Muito triste isso...
E veja essa notícia PHA: Indústria de São Paulo corta 98 mil empregos
Tenório – SP
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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