O Conversa Afiada sempre sustentou que o Vesgo do Pânico tem mais chance de ser Presidente que o Datena, quer dizer, que o José Serra.
Porque o Conversa sempre acreditou que o brasileiro não elegerá um paulista Presidente da República tão cedo.
O PiG (*), dominado por São Paulo e pelo Globope de São Paulo, jamais ousaria manter uma discussão sobre o problema da Federação.
O brasileiro (a Federação) cansou da hegemonia de São Paulo, para São Paulo.
Como diz o sábio Fernando Lyra, “São Paulo não pensa o Brasil”.
O Conversa Afiada sempre sustentou que uma das manifestações de sabedoria do Presidente Lula foi desconcentrar o investimento público.
Foi esse o papel de Lula na memorável vitória do Rio nas Olimpíadas de 2016 – como percebeu o Conversa Afiada.
Uma vitória que a elite (separatista) de São Paulo não engole até hoje (**).
Sobre a desconcentração econômica, o Conversa Afiada já afirmou que Pernambuco é a nova locomotiva do Brasil.
Agora, finalmente, na imprensa do PiG (*), surge uma jornalista que põe a questão no devido lugar e explica por que o Vesgo tem mais chance do que o Serra (ou será o Datena ?).
É o artigo de Maria Inês Nassif, no Valor, e que o Vermelho destacou:: “O voto anti-paulista”.
“ … Serra carregará o carimbo de origem para os palanques das outras unidades federativas no momento em que a aversão à política paulista se generaliza.”
“Uma das lógicas de Lula, ao escolher sua candidata, é a de tirar a sucessão do circuito de poder do PT paulista. PSDB e PT de São Paulo dividem não apenas as antipatias dos políticos dos outros estados, mas do eleitorado não paulista.”
“Na hora em que saiu da disputa … Aécio já tinha montado, em Minas, um cenário francamente contrário a uma candidatura paulista.”
“Mesmo que Aécio não mova um dedo contra Serra … e até faça uns discursinhos a favor, dificilmente o governador (Serra) conseguirá desfazer o que está feito: o ambiente em Minas é francamente contra São Paulo”.
“ … Serra é a configuração da hegemonia política desse Estado (São Paulo) sobre os demais”.
“Um movimento eleitoral de aversão a um grupo hegemônico é um indicador poderoso de um fim de ciclo.”
Maria Nassif, aí, mostra como São Paulo, quando ainda era Grande Potência econômica, acumulou o poder político.
Acontece que …
“Esse poder (de São Paulo) … não sobreviveu a um período (Governo Lula – PHA) em que ocorreu um movimento mais forte de desconcentração, não apenas na distribuição de renda a indivíduos, via programas de transferência, mas da descentralização do investimento publico. Um projeto de desenvolvimento menos regionalizado pós-Real … O país vive esse momento de transição, vem corroendo a solida hegemonia que comandou o paíscom todos os ressentimentos dos que perderam no período anterior (Governo FHC – PHA) embutidos na conta a ser paga pelo grupo ainda hegemônico”.
Ou seja, o Vesgo do Pânico…
Em tempo: ao longo desse magistral artigo, Maria Inês Nassif, que, se não me engano, é mineira, se esqueceu de incluir o Rio de Janeiro na conta dos que vão desmontar a hegemonia anti-nacional dos tucanos de São Paulo. No Rio, caríssima Maria Inês, nem a urubóloga Miriam Leitão vota no Serra (ela é Marina).
Paulo Henrique Amorim
15 de junho de 2010
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