29 de dezembro de 2009

O sacrifício de Serra

Por Eduardo Guimarães

A RELUTÂNCIA do governador José Serra em assumir sua candidatura à Presidência não é jogo de cena nem estratégia eleitoral. O fato é que, apesar de termos passado todo esse tempo vendo manchetes sobre como ele seria eleitoralmente forte, disputar com a candidata de Lula a sucessão presidencial será quase um suicídio para o tucano.


Pode parecer surpreendente uma afirmação dessas, mas isso só porque o Brasil tem sido vítima de uma impostura estatística digna da Alemanha nazista, em termos de se enrolar o público sobre as candidaturas a presidente no ano que vem.

Essas manchetes e análises que passamos o ano lendo nas Folhas e Vejas da vida dando conta das “grandes” possibilidades de Serra se eleger presidente e decretando que a candidatura de Dilma Rousseff seria um fracasso valeram-se do fato de o tucano ser conhecido pelo eleitorado e de a candidata de Lula ser desconhecida.

Por envergar o figurino anti-Lula da vez devido à sua movimentação política de 2002 para cá, Serra já partia de uma intenção de voto consolidada por aqueles setores da sociedade que estão organizados desde 1º de janeiro de 2003 contra o atual governo.

Só um jornalista totalmente inexperiente – ou muito mal-intencionado – poderia ver qualquer tendência de não decolar eleitoralmente a pessoa escolhida por Lula para sucedê-lo, para suceder simplesmente o presidente mais popular que o Brasil já teve e com o apoio explícito e engajado deste.

A falta de lógica na premissa de que um povo fortemente satisfeito com seu governo não apoiaria a continuidade desse governo é tamanha que não consigo conceber que os experientes jornalistas de uma Globo ou de uma Folha ou de uma Veja ou de seus similares tenham sequer chegado perto de acreditar nela.

Agora, porém, as coisas começam a ficar mais claras, sobretudo porque os números que faziam insinuações já começam a gritar, aqui e ali. [Estando ainda à quase um ano do pleito, n.d.b.]

A despeito de a lógica vir dizendo faz tempo que a intenção de voto ainda majoritária de Serra não era mais do que conjuntural e tendente a ser revertida, quem vi destacando primeiro o indício mais gritante do potencial da candidatura Dilma foi o blogueiro carioca Miguel do Rosário.

Em seu blog “Óleo do Diabo”, meses atrás, Miguel chamou atenção para o fato de as intenções de voto em Dilma estarem, desde então, mostrando-se maiores nas classes sociais mais altas do que naquelas que dão maior apoio a Lula, que todos sabem que são as mais baixas.

Essa tendência passou a gritar, agora. Dilma já lidera as pesquisas espontâneas (quando o entrevistado diz o nome de seu candidato sem ser estimulado por nomes mostrados pelo entrevistador) sobre a sucessão presidencial junto às classes A e B.

Não creio que haverá muitas dúvidas sérias – e não estou me referindo àqueles que simplesmente se recusam a ver os fatos por partidarismo – de que, entre os mais pobres, quando a campanha estiver na rua Dilma tenderá a aumentar muito seu percentual de intenções de voto.

Com a expressiva queda da distância que separa Dilma de Serra nas pesquisas e sabendo-se que a maioria da sociedade, que não se interessa por política fora dos períodos eleitorais, ainda não pensou sobre a substituição de Lula, fica claro, pois, que o tucano se arriscará demais ao abrir mão de uma reeleição tranqüila em São Paulo – e governar o Estado mais rico do país não é pouco.

Por outro lado, a desistência de Serra seria fatal para a oposição de centro-direita (PSDB e DEM). O ex-PFL está praticamente morto. Desde 2002, vem se desidratando ao ponto de ter tido que mudar de nome para prolongar o processo de apodrecimento da legenda. Já o PSDB, sem um nome forte à sucessão de Lula e com a perspectiva de seus caciques do Norte e Nordeste nem se reelegerem, certamente encolheria muito.

A oposição que hoje está perdida, sem discurso e ultra-radicalizada ainda tem número no Congresso para causar problemas ao governo. Contudo, sem um cabeça-de-chapa em condições de ser o anti-Lula da vez – e, ao menos na próxima eleição, é o que será o candidato que polarizar com o PT –, nem mais isso a oposição terá.

Não sei até que ponto é bom para a democracia que um só grupo político consiga tal hegemonia, mas há que ressaltar que, se ela se concretizar, decorrerá não da ação do governo Lula e das forças que o apóiam, mas da estratégia burra e autoritária de seus adversários.

Desde a eleição de 2006, a centro-direita e seus jornais, rádios, televisões, etc, deveriam ter entendido o recado das urnas, mas se recusaram a fazê-lo. Se tivessem mais cérebro e menos fígado, os Marinhos, os Civitas, os Frias, os Mesquita, o Serra e o FHC teriam percebido que o povo lhes disse que não acreditava neles.

Foram dois anos (2005 e 2006) de noticiário massacrante e incessante em todos os meios de comunicação de massa. A mídia fez tudo que era possível e até o impossível para destruir Lula e o PT, subvertendo leis, promovendo censura do contraditório, inventando notícias etc. Ao fim de 2006, o povo foi às urnas e disse que não acreditava nessa mídia e reelegeu aquele que ela pintou como um bandido.

A partir dali é que deveria ter começado uma estratégia que só de alguns poucos meses para cá temos visto a mídia adotar, a estratégia de tentar afetar “isenção”. Hoje, por exemplo, a Folha volta a dizer que não é bom que os tucanos governem São Paulo por tanto tempo, tem o “mensalão do DEM” (só agora) e as críticas ao prefeito Gilberto Kassab, títere de Serra.

Devo dizer que mal consigo acreditar que os donos desses grandes impérios de comunicação tenham achado que ninguém notaria que eles atacavam só um lado e protegiam o outro de uma forma absolutamente suspeita, pois os erros do grupo político que o país alijou do poder em 2002 jamais foram aceitos pela mídia e os acertos inegáveis deste governo foram todos negados sistematicamente

Apesar da enorme desaprovação de FHC, a mídia continuou tecendo loas a ele e este continuou avalizando Lula como seu antípoda ao confrontá-lo ruidosamente, porque, vaidoso, não podia e não pode aceitar que seu nome fique na história como o de um mau governante enquanto um “peão” se torna um estadista para a posteridade.

Voltando, pois, ao tema central deste texto, concluo que Serra não tem mais como recuar. Terá que ir para o sacrifício disputando a eleição do ano que vem com a candidata de Lula para manter a oposição viva. Aécio Neves seria um fiasco ainda maior, em minha opinião. É um mero cacique regional que não vejo deslanchar.

Blog Cidadania.com

O pós-anti-contra-muito-antes-pelo-contrário-Lula

Comentário inicial: o que segue abaixo é algo parecido com aquilo que escreví sobre o 3º mandato para o presidente Lula em março do ano passado. Em chave jornalística bem mais profissional, é claro.

Mas, praticamente nada mudou. Aliás, só melhorou. Lula é o cara. (Carls 1969)



Por Flávio Aguiar*, em Carta Maior

Uma das chaves da propaganda anti-Dilma é a de que o cavaleiro conservador que entrar na liça não será um “anti-Lula”, mas sim um “pós-Lula”. Olhando-se para esse comportamento da nossa direita na frente externa, vê-se logo que isso é um fraseado sem pé nem cabeça.


Para a direita brasileira o fim de ano não podia ser pior, apesar de Serra se manter na frente, nas pesquisas para o Planalto. Só deu presidente Lula: prêmio Houphouët-Boigny da Unesco, título de doutor honoris causa na Universidade de Hamburgo (depois da de Lyon), personalidade do ano para o jornal El País, elogiadíssimo pelo premiê Zapatero, sucesso em Copenhague (apesar do fracasso da conferência) e para culminar, personalidade do ano para o jornal francês Le Monde.

De quebra, o chanceler Celso Amorim foi elogiadíassimo como profissional da área por seu colega espanhol, que também não regateou apalusos à política externa brasileira.


E por onde o nome de Lula ou o próprio passa, não faltam aplausos: assim foi perante a platéia de empresários em Hamburgo, em Portugal, na Grã-Bretanha, e em jornais conservadores (e sérios, do ponto de vista jornalístico), como The Economist, Financial Times, Frankfurter Allgemeine, ou progressistas, como o Süddeutschezeitung, ou até mesmo a revista Der Spiegel, conhecida por não dar moleza a políticos, seja de que lado forem.

Newsweek (EUA): Brazil, a new era.


Para Lula, só elogios. Agora, neste final de fim de ano, o britânico Financial Times nomeou Lula como uma das 50 personalidades que moldaram a última década”. Segundo o FT, Lula é o político mais popular da história do Brasil, e seu governo implementou “programas de transferência de renda baratos, mas eficientes”. E nem falamos da Ópera Olímpica do Rio de Janeiro 2016. Se Lula acabar ganhando algum Nobel da Paz, a nossa direita vai roer as unhas até os cotovelos. Mas certamente não dará o braço a torcer: vai continuar ressentida contra esse presidente que não só “não fala português direito”, como não fala “sequer uma única língua estrangeira”. Que vergonha! (para a nossa direita, é claro, por se prender a essas mesquinharias de segunda mão, já que lhe falta assunto).

Mas houve mais: perplexa, a direita brasileira viu evaporar-se seu plano de impedir a entrada da Venezuela no Mercosul; assistiu de cadeirinha à consagração de Evo Morales nas urnas de seu país, a de José Pepe Mujica, ex-tupamaro, no Uruguai. Ainda teve de encarar o fato de que a Bolívia está entre os países da América do Sul que mais crescem economicamente, o sucesso de suas políticas sociais, as do Equador, do Paraguai e as do próprio Brasil.

Restaram-lhe alguns prêmios de consolação, mas tão complicados quando reveladores do seu próprio caráter, por osmose ou metonímia (perdoem-me os palavrões; poderia dizer por contaminação ou proximidade). Um foi a enredada tibieza da política externa do governo Obama em relação à América Latina, que serviu de moeda de negociação com os republicanos em troca da liberação de nomeações diplomáticas para a região. Outro, pior ainda, foi o golpe de estado em Honduras e a leniência, para não dizer conivência ou cumplicidade, que ela apregoou em relação a ele. Outro ainda, ao apagar das luzes de 2009, foi a vitória de Piñera, o herdeiro do pinochetismo, no primeiro turno das eleições chilenas, que, ela espera, terá continuidade no segundo turno. Quer dizer: de aberto, tudo o que a nossa direita teve a exibir são compromissos com o passado de subserviência global e de práticas ditatoriais no nosso continente.

Para essa visão comprometida com o que nosso continente sempre teve de mais reacionário e oligárquico, durante o governo Lula a nossa política externa rompeu com a tradição de “pragmatismo” e enveredou por uma perigosa “politização”, embalada por compromissos ideológicos ou por “sonhos megalomaníacos”, como o de conquistar a qualquer preço uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU (esquecendo que essa é uma reivindicação brasileira desde a fundação desse organismo internacional). Para o pensamento da nossa direita, “pragmatismo” é reconhecer o golpe em Honduras, mas não as eleições (que sempre houve) na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai, no Uruguai e por aí afora.

Ainda para essa visão: ao acolher Zelaya e ao posicionar-se frontalmente contra o golpe em Tegucigalpa, o Brasil ficou “isolado” na cena internacional. Quer dizer, para esse pensamento, o fato de a maioria esmagadora dos países da América Latina e do Caribe não terem reconhecido o golpe nada conta: só conta o fato de que o Brasil teve uma rusga (e não muito séria) com a claudicante política de Clinton/Obama para a região.

Essas questões ajudam a elucidar um aspecto do confronto eleitoral que se prepara em 2010. Uma das chaves da propaganda (já) anti-Dilma é a de que o cavaleiro conservador que entrar na liça não será um “anti-Lula”, mas sim um “pós-Lula”. Olhando-se para esse comportamento da nossa direita na frente externa e suas expectativas, vê-se logo que isso é um fraseado sem pé nem cabeça. Trata-se sim de virar a mesa no sentido anti-horário, quer dizer, anti-Lula, provocando uma regressão histórica de grande monta, assim como a assertiva de FHC de que seu governo poria fim “à era Vargas” não apontava para o futuro, como queria o ex-presidente, mas para o passado, restaurando cacoetes e o viés anti-social da República Velha ou dos Coronéis.

O mundo imaginário e sentimental em que grande parte da nossa direita vive é anacrônico, pautado por um liberalismo brasileiro à antiga, aquele liberalismo que não se liberou jamais de proteger sua condição de casta superior; que sempre preferiu entregar os dedos, as mãos inteiras, os pés e todo o corpo da nação a perder o privilégio dos seus anéis. E que vive embalada por um sonho da carochinha onde prima uma confusão dos Estados Unidos com Disneyworld e da Europa com o mundo de Sissi (que me perdoe a Romy Schneider, uma grande atriz). E por um pesadelo, para eles, chamado Brasil, povoado agora por um povão que vem se revelando difícil de manter nos antigos apriscos excludentes e currais eleitorais.

Uma última observação, quase um desvio de assunto, mas ainda assim seria “a digressão pertinente”. No elogio de Lula nas páginas do Le Monde (24/12/2009, 11h32), o jornalista Eric Fottorino, escreveu: “Desde sua criação, Le Monde, marcado pelo espírito de análise de seu fundados, Hubert Beuve-Méry, quer ser um jornal de (re)construção, também de esperança; ele veicula, à sua maneira, uma parte do positivismo de Auguste Comte, tomando como causa sua os homens de boa vontade e suas proposições”.

Quer dizer, quase 153 anos depois de sua morte (1798 – 1857), Isidore-Auguste-Marie-François-Xavier Comte, um dos avós paternos da nossa bandeira republicana, continua a ditar parte do baralho da nossa canastra política. Que a nossa direita anseia em (re)transformar no pôquer de cartas marcadas onde só os caubóis ganham. Mas isso de Auguste Comte e o Brasil do século XXI é tema para outro artigo, que virá logo. Até 2010, e deixo aqui o lema que me encanta até hoje, como saudação de fim/novo ano às leitoras e leitores que me (e nos) acompanharam até aqui: “Um por todos, todos por um”.

* Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior.

25 de dezembro de 2009

Dona Anita e Feliz Nova Década

Fonte Vídeo: Blog do Planalto



Comentário DiAfonso:

Anita não é uma mulher qualquer. Ela é uma mulher especial. Especialíssima.

Mulher que deixa entrever uma capacidade reflexiva cuja construção se dá a partir da crueza das ruas, a partir de sua dura labuta como catadora de material reciclável.

É a sua vivência que fala mais alto e do fundo de seu coração. A sua compreensão do processo histórico é genuína, não é produzia nas universidades.

Nessa compreensão, não se evidenciam suportes teóricos oriundos dos mais diversos campos do saber, não se cita estudioso A ou B.

No "registro da realidade da vida", como Anita simplesmente verbaliza, pode se perceber que a análise sociológica, histórica e antropológica não está sobreposta, mas amalgamada. Amalgamada em sua própria vida.


A clareza com que ela se reporta a LULA e às ações de um governo voltado para as classes sociais esquecidas por governantes anteriores faz eclodir a certeza de que algo mudou neste país. Algo mudou de verdade.

Agora não existem "loucos", "mendigos" ou "lúmpen", há gente, há pessoas. É isso que Anita, em sua honesta manifestação, quer nos dizer:


"... estamos aqui num encontro de um natal com o nosso amigo Presidente. Presidente este que vê a gente como [...] nós somos: pessoas dignas, pessoas humanas que temos o mesmo caminhar, o mesmo olhar... Sabe por que gente? Porque todos nós somos seres humanos, todos nós somos frutos de uma vontade que não é nossa... [...] Ninguém nasceu do asfalto... Foram coisas que vieram acontecendo no processo da vida e, nesse processo dessa dura realidade, o que mais me magoava, quando eu me encontrava pelas ruas, eram os olhares preconceituosos... O olhar de rejeição [...] Quando a gente vê, nesse processo histórico da nossa realidade brasileira, um Presidente da República que nos enxerga como pessoas, como gente, como seres humanos... Isso é gratificante... Isso reaviva a alma [...] Olha... Eu, uma negra, população de rua, sendo abraçada pelo um presidente da república, rapaz...!

O voto ESPONTÂNEO atormenta Serra

Por Rodrigo Vianna

Ponte Otávio Frias, São Paulo: não ilumina o caminho de Serra

No domingo 20, o UOL (que pertence ao grupo "Folha") passou horas com uma manchete que parecia feita sob encomenda para o governador de São Paulo: "Serra vence Ciro e Dilma no segundo turno, diz DataFolha".

Ok. Isso é fato.

O "DataFolha" mostrou mesmo grande vantagem de Serra sobre os adversários num eventual (e ultradistante) segundo turno da eleição presidencial em 2010.


Outro fato: Serra foi editorialista da "Folha". Era tratado com carinho especial pelo velho Frias. E retribuiu, dando o nome do patriarca da "Folha" para uma ponte (foto acima, Ponte Otávio Frias de Oliveira) e um hospital em São Paulo. Carinho com carinho se paga!

Tudo isso é fato. Mas o fato mais importante a "Folha" escondeu. A dez meses da eleição, qual o número mais importante numa pesquisa? Aquele que indica a intenção espontânea de voto. Vocês prestaram atenção ao voto espontâneo no último "DataFolha"?

Talvez, não.

Até porque os números ficaram escondidos. Eu só achei no blog do Fernando Rodrigues (que, apesar de trabalhar na "Folha", não briga com os fatos)

- http://uolpolitica.blog.uol.com.br/

Aqui, o trecho em que Fernando fala sobre a pesquisa espontânea, seguido pela tabela que ele publicou em seu blog...
"(...) cumpriu-se a profecia lulista segundo a qual Dilma Rousseff seria uma candidata competitiva em dezembro de 2009 (tese sempre repelida por tucanos). Mas é agora que o jogo começa de fato. Um indício é a pesquisa espontânea do Datafolha, quando os entrevistados apenas são indagados sobre em quem desejam votar, mas sem ver os nomes dos possíveis candidatos. Em agosto, 27% respondiam que votariam em Lula (o presidente não é candidato). Hoje, o percentual de Lula caiu para 20%. Um sinal de que parte do eleitorado lulista está percebendo que a eleição está chegando –até porque o percentual espontâneo de Dilma passou de 3% para 8%, empatando com Serra:
























Volto eu.


Deixem Lula de lado, provisioriamente.

Reparem que - mesmo assim - a soma de votos em "Dilma", no "candidato do PT" e no "candidato do Lula" bate em 12%.

Serra tem 8%.

Se somarmos os votos em "Aécio" [com dúvidas!, nota deste blog] e "Alckmin", teríamos os mesmos 12%.


Serra é o líder na pesquisa estimulada. Mas na espontânea ele patina.

Tudo isso sem levar em conta que Lula hoje teria 20% dos votos!

Hoje, esse é o número que atormenta Serra.

E pode fazer com que ele desista da candidatura presidencial.

Ainda mais sabendo que, se perder para Dilma, Alckmin (ou Ciro, com apoio do PT) pode asumir (concorrer para) o governo paulista.


Seria o fim para ele.

Serra só será candidato se tiver coragem para desafiar o destino.

Pra ele, é tudo ou nada.


Os números da espontânea indicam que há grande chance de a liderança de Serra se esfarelar.

"Tudo" pode virar "nada" antes de a Copa do Mundo (2010) chegar.


Quem conhece Serra sabe que ele não é dado a correr esses riscos.

Veremos em breve.

Aécio pode ser chamado de volta em março...

E ainda há FHC, a espreitar o Brasil de algum lugar do passado. Quem sabe ele não se anima a empunhar a bandeira tucana [candidato ou vice-candidato, n.d.b.], se Serra também desistir.

Seria divertido...


Aliás, pergunta: FHC não é citado na pesquisa? Teve menos de 1%? Ou ficou embolado com Eymael ali entre os "outros"?

Escrevinhador, por Rodrigo Vianna.

5 de dezembro de 2009

Entrevista à Ciro Gomes

Candidatura a Presidência


Mas não descarta concorrer ao governo de SP


Aécio tem chances reais de vitória


Duras críticas à Serra


José Serra desiste em Março próximo