15 de junho de 2010

Os brasileiros e o voto anti-paulista

O Conversa Afiada sempre sustentou que o Vesgo do Pânico tem mais chance de ser Presidente que o Datena, quer dizer, que o José Serra.

Porque o Conversa sempre acreditou que o brasileiro não elegerá um paulista Presidente da República tão cedo.

O PiG (*), dominado por São Paulo e pelo Globope de São Paulo, jamais ousaria manter uma discussão sobre o problema da Federação.

O brasileiro (a Federação) cansou da hegemonia de São Paulo, para São Paulo.

Como diz o sábio Fernando Lyra, “São Paulo não pensa o Brasil”.

O Conversa Afiada sempre sustentou que uma das manifestações de sabedoria do Presidente Lula foi desconcentrar o investimento público.

Foi esse o papel de Lula na memorável vitória do Rio nas Olimpíadas de 2016 – como percebeu o Conversa Afiada.

Uma vitória que a elite (separatista) de São Paulo não engole até hoje (**).

Sobre a desconcentração econômica, o Conversa Afiada já afirmou que Pernambuco é a nova locomotiva do Brasil.

Agora, finalmente, na imprensa do PiG (*), surge uma jornalista que põe a questão no devido lugar e explica por que o Vesgo tem mais chance do que o Serra (ou será o Datena ?).

É o artigo de Maria Inês Nassif, no Valor, e que o Vermelho destacou:: “O voto anti-paulista”.

“ … Serra carregará o carimbo de origem para os palanques das outras unidades federativas no momento em que a aversão à política paulista se generaliza.”

“Uma das lógicas de Lula, ao escolher sua candidata, é a de tirar a sucessão do circuito de poder do PT paulista. PSDB e PT de São Paulo dividem não apenas as antipatias dos políticos dos outros estados, mas do eleitorado não paulista.

“Na hora em que saiu da disputa … Aécio já tinha montado, em Minas, um cenário francamente contrário a uma candidatura paulista.”

“Mesmo que Aécio não mova um dedo contra Serra … e até faça uns discursinhos a favor, dificilmente o governador (Serra) conseguirá desfazer o que está feito: o ambiente em Minas é francamente contra São Paulo”.

“ … Serra é a configuração da hegemonia política desse Estado (São Paulo) sobre os demais”.

“Um movimento eleitoral de aversão a um grupo hegemônico é um indicador poderoso de um fim de ciclo.”

Maria Nassif, aí, mostra como São Paulo, quando ainda era Grande Potência econômica, acumulou o poder político.

Acontece que …

“Esse poder (de São Paulo) … não sobreviveu a um período (Governo Lula – PHA) em que ocorreu um movimento mais forte de desconcentração, não apenas na distribuição de renda a indivíduos, via programas de transferência, mas da descentralização do investimento publico. Um projeto de desenvolvimento menos regionalizado pós-Real … O país vive esse momento de transição, vem corroendo a solida hegemonia que comandou o paíscom todos os ressentimentos dos que perderam no período anterior (Governo FHC – PHA) embutidos na conta a ser paga pelo grupo ainda hegemônico”.

Ou seja, o Vesgo do Pânico…

Em tempo: ao longo desse magistral artigo, Maria Inês Nassif, que, se não me engano, é mineira, se esqueceu de incluir o Rio de Janeiro na conta dos que vão desmontar a hegemonia anti-nacional dos tucanos de São Paulo. No Rio, caríssima Maria Inês, nem a urubóloga Miriam Leitão vota no Serra (ela é Marina).

Paulo Henrique Amorim

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